quarta-feira, 30 de julho de 2008

Na pele braile pra ler

Segue cópia do último post do Álan, com data de 09/06...
Pelo jeito, Papai do Céu acabou de escrever este poema...
Muita saudade...

Fran



Essência

"Tem dias que andamos longe de nós mesmos...
A ausência é tanta que o vazio faz eco.

Olhar pra dentro da nossa própria alma e não nos encontrarmos ali é cruel demais. Tão absurdo fugir do que somos. Meio covarde, até.

Tenho a impressão de que passei dias assim, distantes de mim. Talvez vivendo uma vida que não é a minha, fingindo ser quem não sou, ou até valorizando demais o que não é meu e nem sou "eu" de verdade. Isso não vale a pena.

Mas às vezes é preciso algum evento capaz de nos tirar da inércia da fuga e nos colocar os sentimentos a flor da pele (literalmente até... hohoho), para que possamos nos dar conta da nossa ausência própria e voltarmos pra casa. Eu mesmo providenciei esse evento. Pelo menos tive a coragem de fazê-lo, quando me percebi distante de mim, vivendo uma vida não minha (felicidade irreal e fugaz "ser" quem não somos de fato).

De volta em casa, sou essência. Eu mesmo no meu próprio mundo. Não um mundo isolado de outros, mas tão extremamente conectado, que eu chego a ser - por momentos - multidão. E tão incrivelmente complexo, que eu posso me permitir ser - também por momentos - total solidão.

Bom é perceber a nossa vida como um poema inacabado, mas que tem a cada novo verso totalmente a nossa cara, por estarmos realmente presentes nele.

Tenho cada vez mais a certeza de que não estou pronto (nem pretendo chegar a sê-lo... acho que estaria morto, se fosse o caso). Mas também tenho estado convicto de ser eu mesmo... essência.

Nesse processo, é doce saber que tenho família, pra olhar a minha mão machucada... isso me torna mais confiante e menos temeroso aos possíveis tombos. Bom é saber que tenho amigos, que compartilham os seus mundos e suas essências comigo - crescemos juntos. Saber que de verdade posso confiar nessas pessoas não tem valor estimável.

De mãos dadas com minha alma eu vou seguindo... sou essência.
E de uma coisa eu não tenho dúvidas: se podemos ser plenos, não há outra forma de sê-lo que não viver da essência de nós mesmos, assumindo o todo do que sentimenos e pensamos.

Cancioneiro:
*Não tem volta - Zélia Duncan
*Pensei que fosse o céu - Vander Lee
*Romance - Nei Lisboa
*Tudo que vai - Capital Inicial

^^ "


(por Álan Panatta)

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